Conheça o porquê da classificação das cervejas em estilos e o que Michael Jackson tem a ver com isso.
É tudo uma questão de comparação
Vamos tomar como exemplo um brownie versus um petit gateau. Os ingredientes são muito parecidos, mas as quantidades e tempos não. Ou seja, o fato de mudar poucas coisas gera duas sobremesas completamente diferentes.
Com as cervejas é mais ou menos assim. Não somente ingredientes distintos (tipo de grão, nível de torrefação, cepa de levedura, uso de adjuntos, frutas etc), mas também quantidade e métodos de fabricação farão com que se obtenha sabores, aromas e sensações muito distintos.
Então, como comparar alhos com bugalhos?
Ao longo dos anos, foi um caminho natural juntar cervejas semelhantes em grupos para poder tratá-las de forma semelhante, terem seus impostos cobrados de acordo com suas características (por exemplo teor alcoólico), ajudar o público a decidir sua preferência e tornar possível compara-las em concursos.
Foi assim que painéis como o BJCP ou o BA criaram suas classificações e separaram as cervejas em estilos. A título de exemplo, o BJCP, em 2015, oficializou e separou as cervejas em cerca de 120 grupos.
Mas, bem antes disso o rei pop da cerveja já havia feito um trabalho árduo de provar váááárias cervejas ao redor do mundo e classificá-las. (... tá bem, não foi um trabalho tão árduo assim ....)
Esse cara foi Michael Jackson (1942-2007), um escritor britânico que, em 1977, publicou o livro 'The World Guide To Beer'. Tal livro foi imediatamente reconhecido no mundo cervejeiro pelo que trazia: a investigação, avaliação e classificação de cerca de 500 marcas de cerveja. Tal lançamento tornou-se um marco na história recente da classificação em estilos.
Veja no YouTube alguns episódios que ele fez para o programa The Beer Hunter, por exemplo este, em que ele fala das lambics.
E o que difere um estilo do outro?
Há, basicamente duas formas de classificar as bebidas: a forma objetiva e a forma subjetiva.
A forma objetiva é mensurável por instrumentos ou cálculos, segue a física e matemática de forma reta, sem interpretações. São as seguintes características:
OG: densidade da cerveja antes da fermentação
FG: densidade da cerveja após a fermentação
ABV: (alcohol by volume) teor alcoólico por volume
IBU: (International Bitterness Unit) nível de amargor
Cor: cor medida em SRM (Standard Reference Method) ou EBC (European Brewery Convention)
A outra forma é a subjetiva, trata das sensações relacionadas à degustação. Normalmente, as cervejas são descritas conforme:
Aroma: sensação no nariz
Sabor: é o resultado da união de 3 fatores:
aroma
gosto (salgado, doce, azedo, amargo, umami)
sensações gustativas
Corpo: trata da sensação na boca, seu corpo, sua consistência
Sugiro dar uma olhada no guia de estilos do BJCP ou do BA para ver como eles classificam e descrevem as cervejas.
Conclusão
Você tem seu gosto pessoal e isso o faz simpatizar por determinados grupos de acordo com suas características, levando à máxima (usada muito no mundo dos vinhos): você não precisa conhecer os estilos pra saber quais caraterísticas gosta numa cerveja, a melhor cerveja é a que você gosta.
Porém, é bom saber a caraterística geral dos estilos, pois isso facilita seu dia-a-dia na hora de decidir por uma ou outra cerveja, principalmente quando você quer experimentar novidades.
Sabendo em que estilo aquela bebida se encaixa, você sabe mais ou menos o que esperar dela.
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