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Foto do escritorEduardo Amorim

Especial Estilos – Porter/Stout (Parte 1)


Conheça a bebida reforçada de estivadores da Inglaterra do séc XVIII

Porter Stout
 

Escura, sabor intenso e não doce, aromas tostados, inglesa e com cor inconfundível, assim é a família de cervejas escuras Porter e Stout.

 

Introdução à Porter/Stout

A Porter é uma cerveja escura, quase preta, frutada e de alta fermentação. É fabricada com uma combinação de malte torrado para conferir sabor, cor e aroma.

A Stout também é uma cerveja escura, feita com malte torrado, mas, tradicionalmente, as Stouts eram o termo genérico para as Porter mais fortes ou robustas, tipicamente 7% ou 8% de grau alcoólico.

Há muitas variações, incluindo a Baltic Porter, Dry stout e Imperial Stout, das quais eu vou falar um pouco mais na segunda parte do post.

Algumas stouts populares são: Guinness, Petroleum, Old Rasputin, Donnybrook Stout, Yeti Imperial Stout, London Porter, Black Chocolate Stout e Darkness Stout.

Alguns (ótimos) exemplos de cervejas do estilo Stout e Porter.

 

História

A história desse estilo confunde-se com a história da Inglaterra, começando pela Revolução Industrial (início do séc XVII), passando pela Guerra Civil de 1642, a Peste de 1665 e o incêndio devastador de 1666.

Naquele tempo era comum a cerveja usar maltes marrom escuros para sua produção e era produzida em diferentes níveis de cor ou teor alcoólico, sendo as mais fortes reservadas para envelhecimento. Tal cerveja não tinha um nome específico, e foi somente por volta de 1720 que elas foram efetivamente batizadas, passaram a ser a Porter.

Interessante mencionar que, em 1817, Daniel Wheeler patenteou uma nova máquina de torrefação, era um cilindro rotativo que mantinha o grão afastado do fogo direto e o torrava de forma mais intensa e homogênea. Assim surgiu o 'black patent malt', que dava cor às cervejas sem gerar o aroma defumado tão comum na época. Isso tornou possível a produção de cervejas escuras, mais consistentes e com aromas melhores, aumentando a receptividade das Porter para sempre.

O fato de ter caído no gosto popular, junto com a modernização das cervejarias, fez com que a Porter fosse a primeira cerveja a ser produzida em escala industrial, para distribuição em massa. Daí a reputação dela ter sido a favorita da classe operária, principalmente entre os estivadores, talvez essa seja a origem do nome.

Curiosidade: O termo Stout já era usado bem antes, desde 1630, de forma genérica, para as cervejas mais fortes no séc XVII.

Ou seja, primeiro vieram as Stouts (nome genérico para as cervejas fortes), depois o termo Porter surgiu e, por fim, no final do séc XVIII, é que o termo Stout passou a ser usado exclusivamente para as Porter mais escuras e fortes.

 

Nessa primeira parte falei um pouco sobre a história dessa cerveja.

Aguardem o próximo capítulo, quando falarei sobre os principais subestilos: English Porter, American Porter, Baltic Porter, Irish Stout, Sweet Stout e Russian Imperial Stout, suas características e dicas para poder reproduzi-los.

 

Referências

Livros ZAINASHEF, Zamil; PALMER, John J. Brewing Classic Styles. Brewers Publications, 2007 DANIELS, Ray. Designing Great Beers. Brewers Publications, 2000 MORADO, Ronaldo. Larousse da Cerveja. Lafonte, 2009 MOSHER, Randy. Tasting Beer. Storey Publishing, 2017

 

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